domingo, 9 de março de 2008

Responsável de drogas da ONU critica Kate Moss e Amy Winehouse


Londres, 09 Mar (Lusa) - O director do Serviço da ONU contra a droga e o crime (ONUDC) denunciou, em entrevista publicada hoje no Observer, o comportamento da cantora Amy Winehouse e da manequim Kate Moss, que encoraja os problemas da droga em África.
Antonio Maria Costa considera que muitas "estrelas", incluindo as duas britânicas que já tiveram problemas de droga, dão um mau exemplo, o que contrasta com a atitude dos cantores Bono e Bob Geldof, militantes da causa humanitária na África.
"Quando algumas pessoas famosas tentam salvar a África, outras contribuem para o seu afundamento", considera Costa.
"As vedetas que snifam cocaína não prejudicam apenas o seu nariz e o seu cérebro, contribuem também para a deliquescência dos Estados na outra extremidade do mundo", considera o director do ONUDC.
"Amy Winehouse pode armar-se em rebelde cantando com a voz esganiçada `Rehab` (desintoxicação, o título de uma das suas canções), mas terá consciência da mensagem que está a enviar aos outros dependentes de droga que não podem pagar um tratamento demasiado caro?", interroga-se o entrevistado pelo Observer.
"Essas `estrelas` que fazem gala do consumo de droga terão consciência dos prejuízos provocados pelo tráfico de droga da América do Sul para a Europa, passando pela África?", questiona o director do ONUDC.
"Enquanto alguns grandes ídolos e actores vedetas de boa vontade se indignam e lutam contra o sofrimento em África, o seu trabalho é minado pela ligação à droga dos seus colegas inconscientes, como Kate Moss", acrescentou.
Um porta-voz de Amy Winehouse rejeitou estas acusações, justificando que ela "nunca se exprimiu sobre a droga, nem a promoveu por qualquer forma, apenas teve problemas com ela e está a tentar resolvê-los".
Esta semana, o relatório anual do Órgão Internacional de Controlo dos Narcótico (OICS) denunciou o laxismo das autoridades face às celebridades que ao drogarem-se enviam uma péssima mensagem aos jovens, frequentemente "influenciáveis".

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