sexta-feira, 16 de maio de 2008

A Amy Winehouse que existe dentro de cada mulher


Cantora, ícone de moda e comportamento, é fonte de inspiração para ensaios fotográficos de atrizes.


Quem ousaria discordar de Rita Lee e sua máxima "toda mulher é meio Leila Diniz"? A atriz Giselle Itié dediciu assumir este risco e atualizar a frase da roqueira ao dizer "toda mulher é meio Amy Winehouse". Polêmico? Nem tanto.


Pois ela não é a única que considera a cantora de "Rehab" uma síntese do nosso tempo, uma nova - por que não? - Leila Diniz. Assim como Itié, outras brasileiras como Isabeli Fontana, Monique Alfradique e Daniele Valente se inspiraram em Amy para fazer ensaios fotográficos e trabalhos na TV.


Mas por que a britânica, mesmo metida em polêmicas até o último fio do topete, é tão copiada, tão inspiradora? A consultora de moda Helen Pomposelli tem sua teoria. "Hoje em dia as mulheres têm que cuidar do filho, se cuidar, trabalhar, é muita pressão. Por isso, no fundo, todas querem dar uma pirada, transgredir. E é aí que Amy vira um ícone, não só de moda, mas também de atitude".


Todo este espírito rebelde é exteriorizado por Winehouse através de suas roupas e looks. Um casamento perfeito entre atitude e moda. "Amy é sensual sem perder a identidade, é feminina e agressiva ao mesmo tempo. Na hora de se vestir, ela faz uma releitura do punk com sensualidade e humor", completa Helen.


Marcas registradas



Recriar Winehouse não é tarefa das mais difíceis, afinal - como todo popstar que se preze - a diva tem uma série de elementos característicos, que remetem quase que instintivamente a ela. A começar pelo supertopete ou, para os entendidos, o picumã (gíria GLS para cabelo espalhafatoso).


O cabelão desafiador das leis da gravidade - que na nossa mente pouca criativa só era possível na cabeça de Marge Simpson - é a marca registrada da britânica que, assim como seu penteado, é exagerada, ousada e não tem medo de "causar".


Outro elemento visual popularizado pela cantora é o olho pintado "de gatinho", em que o delineador é puxado para fora da pálpebra. O make à la Amy ficou tão popular que é ensinado até no Youtube para os leigos se aventurarem.


Então é isso, é só fazer um topete (que, aliás, a original faz com uma espécie de megahair) e pintar o olho para se tornar uma Amy? Em tese sim, já que até o anão Roberto Punto, mais conhecido como La Pequeña Amy Winehouse, consegue imitar a britânica se valendo de suas marcas registradas e uma grande dose de cara-de-pau.

Mas por mais que copiem, imitem, satirizem e exponham Amy, há quem diga que ela sempre estará acima do bem e do mal. Quem defende a imunidade da cantora inglesa é a roteirista Fernanda Young, que escreve a matéria estrelada por Itié-Winehouse na revista "Trip". "Amy Winehouse é um acontecimento secular, tipo Billie Holliday, Edith Piaf. A gente não tem como exigir higiene, ou conduta, ou senso de preservação, ou auto-estima, dessas mulheres. Seria pedir demais".

Nenhum comentário: